Friday, August 29, 2008

Memento


Não pude deixar de sentir uma certa nostalgia ao folhear as páginas do meu blog desde o início dele até ao dia de hoje... E por muitas memórias que certos posts me tragam, faz-me perceber ainda com mais clareza a felicidade que tomou conta de mim nos últimos 11 meses... E que, a cada dia que passa, me preenche por dentro de luz e cor e vida...

Tudo isto deve-se à única pessoa que conseguiu ver além da máscara e que me aceita tal como sou, que me entende, que me ouve, que me inunda de paz e que eu eu amo incondicionalmente...

A ele eu estou grata por todos os momentos que continuam a fazer com que valha a pena estar aqui...

Não sei se existem almas gémeas ou não, se o destino realmente traça a nossa vida, ou se simplesmente às vezes, se prestarmos bem atenção, conseguimos ver as oportunidades...



...Sei apenas que te reconheceria em qualquer lugar...


No entanto este texto explica com exactidão o que eu penso sobre tudo isto...


«(...) As almas gémeas quase nunca se encontram, mas, quando se encontram, abraçam-se. Naqueles momentos em que alguém diz uma coisa, que nunca ouvimos, mas reconhecemos não sei de onde. E em que mergulhamos sem querer, como se estivéssemos a visitar uma verdade que desconfiávamos existir, de onde desconfiamos ter vindo, mas aonde não tínhamos conseguido voltar.
O coração sente-se. A alma pressente-se. O coração anda aos saltos dentro do peito, a soluçar como um doido, tão óbvio que chega a chatear. Mas a alma é uma rocha branca onde estão riscados os sinais indeléveis da nossa existência.
Gémea não é igual. É parecida. Não é um espelho. É uma janela. Não é um reflexo. É uma refracção.
O desejo de encontrar uma alma gémea não é o desejo de reafirmarmos a unicidade da nossa existência através de outro que é igual a nós. É precisamente o contrário. É poder descansar dessa demanda. No fundo, todos nós duvidamos que tenhamos uma alma. Senão não falávamos tanto dela.
Uma alma gémea é a prova que não estamos sozinhos.
O estado normal de duas almas gémeas é o silêncio. Não é o "não ser preciso falar" - é outra forma de falar, que consiste numa alma descansar na outra. Não é a paz dos amantes nem a cumplicidade muda dos amigos. Não precisa de amor nem de amizade para se entender. As almas acharam-se. Não têm passado. Não se esforçaram. Estão. É essa a maior paz do mundo. Como é que um ninho pode ser ninho doutro ninho? Duas almas gémeas podem ser.
Como é que se reconhece a alma gémea? No abraço.(...)

Quando duas almas gémeas se abraçam, sente-se o alívio imenso de não ter de viver. Não há necessidade, nem desejo, nem pensamento. A sensação é de sermos uma alma no ar que reencontrou a sua casa, que voltou finalmente ao seu lugar, como se o outro corpo fosse o nosso que perdêramos desde a nascença.
As almas gémeas revelam-se uma à outra. Não são iguais. Mas revelam-se de forma igual. Como se tivesse surgido, de repente, uma língua que só os dois conseguissem falar.
Toda a angústia do eu se dissipa. É-se inteira e naturalmente aceite.

Sem perguntas. Sem condições. Sem promessas.
E mergulha-se no outro como se já não fosse preciso existirmos.»


Miguel Esteves Cardoso

2 comments:

P.A. said...

Bem... gostava de poder comentar este post porque o acho lindo e subscrevo totalmente as tuas palavras mas infelizmente nao posso. Mas acredito! Ainda acredito!
Adoro-te!

manel said...

Oh tao fofo....
Quer dizer que ele te atura mesmo nas fases da palhaçada e tudo?
Que não se chateia quando cozinhas ou quando estás nervosa e tenta sempre resolver as coisas a bem?
Tem graça, eu tb tenho uma pessoa assim! E adoro-a!!!
Beijos!!! ;)