Friday, April 6, 2007

... cicatrizes ...

... Dei comigo hoje em plena discussão acesa sobre relacionamentos...
Por mais que tente, continuo sem perceber o porquê de muitos comportamentos...
Homens, mulheres, tudo igual... Todos agimos de maneira semelhante em determinadas situações, mas estranhamente, esses actos, embora parecidos, podem ter tantas variações... Temos a mania de que sabemos sempre tudo, que temos resposta para todas as questões e que só estamos bem a dar palpites, mas quando a situação se inverte e nos acontece a nós, aí as coisas rolam de maneira diferente...
Como é difícil avaliar relações, sentimentos...
Mas... Será? Assim tão difícil? Seremos mesmo animais de hábitos?
É incrível a maneira como as pessoas se agarram ao passado e se esquecem de viver o presente...
Apercebo-me que ninguém fica indiferente à passagem de uma mágoa na nossa vida... Seja ela criada por uma desilusão (ou perda) amorosa, laboral, amigável ou familiar... Mas continuo sem perceber o que continua a prender certas pessoas a um passado já longínquo... Saudade? Rancor? Orgulho? Nostalgia talvez...
Ou então existem aqueles que gostam de viver envoltos na sua própria infelicidade, na sua redoma, no seu túmulo, tão perto e ao mesmo tempo tão distantes dos outros... Mergulhados na sua comiseração de tal modo que quando se apercebem do seu feito, ou a vida já passou por eles, ou está a passar...
Poderá ser efeito do sono, mas eu mesma tenho dificuldade em encaixar-me nos padrões acima indicados... Acho que sou um pouco de tudo, e de nada... Ora sinto, ora deixo de sentir... Como se em certos momentos a minha alma saísse do meu corpo e eu continuasse a andar, autómata... Respirando, apenas por respirar... Outras vezes sinto como se todo o mundo me caísse nas costas e eu passo a sentir a minha tristeza e também a dos outros...

... As marcas que a vida deixa em nós são como feridas abertas... Umas vezes cicatrizam, outras sangram para sempre...

Só temos 2 hipóteses : ou as aceitamos e aprendemos a viver com elas, ou vergarmo-nos à angustia de não as conseguirmos cicatrizar...

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